"Esta reestruturação dos mercados e instituições financeiros globais (a acrescentar ao saque das economias nacionais) permitiu a acumulação de vastas quantidades de riqueza privada, uma grande proporção das quais foi obtida através de transacções meramente especulativas. Não há necessidade de produzir mercadorias: o enriquecimento desenrola-se cada vez mais fora do âmbito da economia real e de actividades produtivas e comerciais genuínas. Afirma o milionário americano Steven Forbes: "Os sucessos no mercado de acções de Wall Street [transacções especulativas]produziram a maior parte dos novos milionários do ano passado [1996]." Por sua vez, parte do dinheiro acumulado com transacções especulativas é canalizado para [...] paraísos bancários offshore. Esta hemorragia crítica de milhares de milhões de dólares em fugas de capital reduz drasticamente as receitas tributárias, paralisa programas sociais, faz aumentar os défices orçamentais e incentiva a acumulação de grandes dívidas públicas.
Em contraste, as receitas dos produtores directos de bens e serviços sofrem uma contracção, e o nível de vida de vastos sectores da população mundial, incluindo a classe média, desce vertiginosamente. Procede-se a cortes nos programas de saúde e educação; a desigualdade de salários aumentou nos países da OCDE. [...] A acumulação de riqueza financeira resultante de transacções especulativas alicerça-se na pobreza e nos salários baixos."
Michel Chossudovsky, A Globalização da Pobreza e a Nova Ordem Mundial.
4.5.07
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