18.6.07

O GENERAL DELLA ROVERE – ROBERTO ROSSELLINI (1959)




Em tempo de guerra não se limpam consciências.
Era um homem do momento, mercenário contratado
pelo vício que tinha de saltar fronteiras. Vivia,
como um rato, de tratados incisivos, de rápidas razias
no celeiro da moral. Espécie de gaivota na peugada
de um pesqueiro, traficava em esperanças.
Mas em tempo de guerra tudo se acelera: do trágico
ao burlesco vai o peso de uma bala, pouco mais.
Molière aplaudiria, certamente, o enredo desta farsa
O Herói à Força – onde as lágrimas, no fim
ascendem não do ventre mas do plexo das ideias.

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