"Foi nessa visita mais demorada ao amigo [Teixeira de Pascoaes], segundo ainda testemunho da irmã do poeta, que Raul Brandão iniciou a sua carreira de "pintor de Domingo": «Uma das vezes que ele veio a Pascoaes, estava doente e neurasténico. Tinham-no proibido de trabalhar por algum tempo; minha irmã, que era pintora, meteu-lhe uma paleta nas mãos e disse-lhe: "O Raul vai hoje pintar comigo e vamos começar por uma vista do Marão." - "Mas que ideia! Eu nunca pintei, nunca peguei num pincel." - "Vai começar hoje. Quem pinta com a caneta, pinta com o pincel." Quando estavam os dois debaixo debaixo da ramada passou o jardineiro e, muito espantado de ver o Raul Brandão pintar, exclama: "Eu pensei que o senhor era só escrivão, afinal também é trolha, como a Senhora D. Miquelina".»
In Guilherme de Castilho, Vida e Obra de Raul Brandão
30.6.07
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