29.7.07

Da Utilidade dos Papões ou Da "Ajuda" como Auto-Ajuda

EUA vendem 20 mil milhões de dólares de armas para conter o Irão


Os Estados Unidos preparam-se para assinar, na próxima semana, novos acordos de venda de armas com vários países aliados do Médio Oriente - uma medida destinada a conter a crescente importância do Irão e a reforçar a influência norte-americana na região. Os negócios, no valor global de 20 mil milhões de dólares, envolvem a Arábia Saudita (o maior beneficiário), os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait, o Qatar, o Bahrain e o Sultanato de Omã.
Haverá ainda dois pacotes de ajuda militar, por dez anos, a Israel e ao Egipto, que ascendem a mais de 40 mil milhões de euros.


Público, 29 de Julho 07

21.7.07

José Mateos

Hoy, los centros educativos se dedican a la fabricación de esclavos cada vez más perfectos, más diestros y provechosos en su función. Y las empresas de noticias, que usan todas las técnicas del envilecimiento y están orientadas contra la inteligencia, trabajan sobre todo para la insensibilidade de esos esclavos. Los hombres actuales, alienados no ya por el trabajo sino por la distracción, carecen de más de un tercio de sus jornadas para si mismos, que és, según uno de nuestros fundadores, la condición mínima para considerarse libre. Aunque esto no es lo peor. Peor todavía es que, en caso de que dispusieran de más horas para sí mismos, no harían con ellas nada peligroso para sus amos. Al contrario, se dedicarían a adorar a sus amos.

(Discurso inaugural de Don Juan Espectro, profesor de Metafísica en la Escuela Popular de Docta Ignorancia)
in La Razón y Otras Dudas, Pre-Textos, 2007

Lavagens



Brilhante exercício de objectividade jornalistica é o artigo que pudemos ler ontem no Público sobre Isabel dos Santos, filha do cleptocrata angolano e accionista privilegiada dos recursos naturais do seu país. É notável como o redactor, na sua lauda de duas páginas, consegue evitar as palavras "corrupção" e "cleptocracia". Com tais gestores de imagem, sempre prestáveis na hora de lavar a cara ao dinheiro sujo, os gangsteres angolanos podem dormir descansados.

14.7.07

É democracia a mais, tia.

A crónica de Vasco Pulido Valente no "Público" de ontem, onde o vemos execrar o "circo" e a "degradação" a que o excesso de candidatos supostamente condena as eleições autárquicas em Lisboa, é bem elucidativa do conceito de democracia que floresce entre a intelectualidade chique. O excesso de escolhas, sugere o cronista, só pode "confundir" o pobre eleitorado, já de si valha-nos deus tão taralhouco. Que não, que deviam ser menos, diz ele, pois a abundância de escolhas só é boa no supermercado; na política, quanto menos se confundir o rebanho eleitoral, melhor. O ideal seria dar-lhe só um candidato, para que não houvesse lugar a conflitos interiores, hesitações, confusões, perplexidades, "desinteresse". Daí que o cronista defenda a necessidade de um "critério editorial" por parte dos meios de comunicação, ou seja, que estes façam uma pré-selecção de candidatos, separem os bons dos maus, e lhes dêem (ou não) tempo de antena em conformidade. Ou seja, o que Valente defende é a censura e a parcialidade da imprensa; acha que cabe a esta fazer uma triagem política, determinar quais os candidatos legítimos e credíveis e quaos os que "estão ali só por causa da publicidade". Não é fácil, contudo, compreender que legitimidade tem a imprensa para decidir quem é ou não credível enquanto candidato, uma vez que não foi mandatada pelo povo para tais pré-selecções nem se lhe reconhece especial acuidade psicológica, moral ou política. Resta dizer que essa triagem que Valente advoga existe já e sempre existiu, lamentavelmente; razão pela qual, de resto, se pode dizer que não há nem nunca houve nenhuma verdadeira democracia. Mas o crónico cronista acha que a malha devia ser ainda mais apertada, para que isto pá não fosse a pouca-vergonha que é.
Deste modo, o seu conceito de democracia é o de uma democracia pré-cozinhada, enlatada e pronta a servir, uma democracia fast-vote & be quiet. E desse enlatado político, quem devem ser os cozinheiros, quem? Pois devem ser as "pessoas que sabem", os ilustres, os iluminados - as vanguardas políticas, enfim, à boa maneira leninista. E esta amostra de leninismo, por parte de um intelectual que sempre clamou a sua oposição ao comunismo, não deixa de ter a sua graça. E além de cómica, ainda nos permite supor duas coisas: a primeira, que a animosidade valentiana pelo comunismo se prendia mais com os fins do mesmo (o socialismo) do que com os meios (leninismo); e a segunda, que o desencanto com a política, de que Valente se faz eco desde o berço, deriva talvez apenas do facto de não haver, nesta porcaria de sistema democrático, um lugar de duce (ou pelo menos de fiscal ideológico) disponível para ele, o único homem capaz de pôr esta merda toda a funcionar como um relóginho suísso.
Poesia para Gourmets

Gostos


1
…………………………………………

2
sobras do rancho

3
caldo de toucinho

4
caldo de couves
Chouriço com ovos

5
sopa de batata
Carne guisada com batatas
Vinho tinto

6
sopa de tomate
escalopes
macarrão
fruta
vinho branco

7
sopa primavera
pescada cozida
bifes com ovo a cavalo
batatas fritas
esparregado
pudim
vinho branco, vinho tinto
café

8
sopa jeantette
linguado grelhado
tomates ricadona
frango na pucarinha
batatas estufadas
arroz crioulo
azeitonas recheadas à moda da dona ema
queijo da serra
fruta
vinho da região
café. brandy

9
cassolettes roberrt
anjos a cavalo
croquetes de marisco
salada astória
ganso de périgord
batatas saint-fleur
queijos
perfeito de framboesa
montrachet branco, nuits-saint-georges les porets
café
conhaque

10
oeufs à la coque truffés
anguiles d’arleux à la mâitre
civet de langouste au vin de banyuls
chevreau à l’ail vert
haricots à la vigneronne
salade angevine
fromages
navettes aux amandes
petits chablis. Chambolle-musigny les amoureuses
les charmes
café
cognac
licores

11
consommé royal
homard à la bordelaise
truffes en ccotte selon colette
oeufs pochés au champagne
râble de lièvre à la pirou
fenouil au vin rouge
riz condé
châtaignes limousines
fromages
parfait de chocolat
pomme maria stuart
riesling d’alsace. cheilly-les-maranges. Givry.
merleau-ponty
café
liqueurs
cognac


Alberto Pimenta, Obra Quase Incompleta

11.7.07

Thank God




"Members of The Women's Christian Temperence Union."

Retirado daqui

9.7.07

PRAZER GARANTIDO




7.7.07

El Hombre de la Mosca

"El hombre de la mosca es aquel a quien se la antojado una cierta mosca que tiene una pintita blanca, roja, azul o dorada en el coselete, y que a cazar esa mosca lo pospone todo. La mosca puede ser una condecoración, un título, una senaduría, un sillón de académico, un ministério...Siempre es una mosca de seis patitas e dos alas, y nada más. Y la mosca vuela de acá allá, posándose en un plato de miel o de leche, en una boñiga o en un cadáver. Y su hombre, el hombre de la mosca, a cazarla. Y acaba por no ver más que la mosca. Se acerca al cadáver de su mejor amigo, de su padre mismo, de un hijo acaso, si sabe que sobre él ha posado la mosca, para cazarla allí, y no para otra cosa. Y talvez al ir a caxarla dá una bofetada en el rostro helado del muerto venerado. Y encima se le escapa la mosca."

In, Miguel de Unamuno, La Vida Literaria